Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Lucas 6.37
Acredito
que temos de rever nossa maneira de tratar as pessoas. Já vi muita gente com a
vida consagrada ao Senhor e considerada justa por Deus cair em algum laço do
inimigo; por causa disso, passou a ser tratada como se fosse um ímpio. Ora,
Davi não perdeu o reino ao adulterar com Bate-Seba, nem Salomão deixou de ser
rei por causa dos seus desvios. Ao ver um irmão no erro, tropeçando em alguma
proibição, cuide-se para que o diabo não use sua vida.
O triste
disso tudo é que, muitas vezes, o irmão que tropeçou desfrutava da nossa
amizade, até nos inteirarmos da sua má conduta. Em alguns casos, inclusive,
considerávamos essa pessoa um santo de Deus, e na verdade era. No entanto, por
não ter vigiado e ter caído em tentação, parece que se tornou nosso inimigo,
alguém que não pode ter mais a amizade de gente tão “pura” como nós. Assim
sendo, nós o execramos como o maior canalha de todos os tempos.
Apesar de
a Palavra de Deus falar que o Senhor sustenta todos os que caem, nós o julgamos
como réu do Inferno. Quase mandamos fazer cartões de visita, dando o endereço
do “beleléu” como seu futuro lar. Contudo, se nós tivéssemos caído, gostaríamos
que fizessem isso conosco? Quantos “Davis” têm sido desperdiçados por causa de
um pecado e, caso os tivéssemos acolhido como nos ensina a Bíblia, teriam sido
salvos?!
Será que
nos excedemos? Claro que sim! O pior é que estamos obedecendo ao diabo, o qual
deseja espalhar aos quatro cantos as “novas” daquele que foi seduzido. Como
podemos fazer isso? Em Provérbios 17.26, o Senhor diz que não é bom punir o
justo, pois só Ele poderá julgá-lo, condená-lo e puni-lo. Sem dúvida, Ele o
está fazendo desde o momento em que houve a queda, pois, ao retirar a Sua
presença, a pessoa se sente a mais miserável de todas.
Lutamos
tanto para tirar uma pessoa do pecado – crime, prostituição, drogas, idolatria,
feitiçaria etc. –, mas somos rápidos demais para jogar o nosso prezado
companheiro em Cristo no caminho da destruição. Além disso, quase sempre temos
prazer em contar os detalhes para todo mundo. Se quiser agradar ao Senhor, veja
o recado dEle. O Pai diz que não é bom punir o justo. Mais do que depressa,
leve-o a entender o seu erro e lhe mostre o caminho de volta.
Ainda no
versículo de Provérbios, é dito que nenhum príncipe – nenhum salvo – deve ferir
o que age justamente. Caso este caia, o Senhor é poderoso para levantá-lo
quantas vezes forem necessárias, como também pode fazer com que ele entenda que
precisa se arrepender. Então, ato seguinte, sabendo que ele cairá de novo e se
perderá, o Altíssimo o levará para a eternidade. O Pai não é como o homem, que
é sempre mau; Ele sabe reconhecer e separar quem O ama de fato.
Que todos
os membros do Corpo de Cristo parem de agir como juízes e propagandistas das
desgraças dos salvos e se tornem intercessores, deixando de se aliar ao ladrão.
Temos de denunciar os verdadeiros autores do erro diante do trono da graça. O
certo é levar o caído a reconhecer sua transgressão e, ainda que a queda tenha
sido muito grande, conduzi-lo ao arrependimento.
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